Por causa das dificuldades financeiras, a instituição suspendeu os atendimentos durante uma semana no início do mês
A desativação temporária dos leitos de clínica médica e cirúrgico da Casa do Caminho por falta de apoio financeiro causou um grande impasse entre a direção do hospital e a Prefeitura de Araxá. A administração municipal contesta a atitude do hospital e afirma ter repassado os recursos necessários. Até maio deste ano, a entidade recebeu do estado R$ 51 mil e nada do Município, sendo o déficit de R$ 900 mil. De acordo com a enquête realizada pelo site do Sinplalto, 74,58% dos servidores apontam a Casa do Caminho como responsável pelo o fechamento dos leitos. Já 25,42% apontam a Prefeitura de Araxá.
Depois de conseguir recursos junto ao Governo Estadual para saldar as dívidas acumuladas este ano, o Hospital Casa do Caminho voltou a fazer atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Araxá, no Alto Paranaíba. O dinheiro será repassado via Secretária da Saúde, mas segundo a última resolução do Conselho Municipal de Saúde, para receber a verba a instituição terá que prestar contas dos recursos recebidos no ano passado.
O Hospital Casa do Caminho tem 48 leitos, sendo que 20 são para clínica médica e dez para clínica cirúrgica pelo SUS. Em média, são atendidos cerca de 500 pacientes, além de cirurgias que passam de 200 por mês. As despesas desses atendimentos giram em torno de R$ 320 mil mensais.
Por causa das dificuldades financeiras, a instituição suspendeu os atendimentos durante uma semana no início do mês, o que não poderia ter acontecido segundo o Ministério Público. A promotora de Justiça, Mara Lúcia Silva Dourado informou que os hospitais conveniados, quando suspendem os atendimentos pelo SUS sem comunicação prévia, podem ser penalizados com multa, perda de credenciamento e do certificado de filantropia. Estou muito confiante que nós vamos superar este desafio” presidente do hospital Casa do Caminho
“O atendimento de procedimentos de média e alta complexidade são de responsabilidade do estado e para que o estado cumprisse sua responsabilidade, ele fez o contrato com a Casa do Caminho. Por este contrato, a instituição tem a obrigação de realizar os atendimentos e o estado de repassar os recursos para que o hospital consiga atender a população local”, afirmou a promotora de Justiça, Mara Lúcia Silva Dourado.
Até maio deste ano, a entidade recebeu do estado R$ 51 mil e nada do Município. De acordo com o presidente do hospital, o déficit chega a R$ 900 mil e com um novo acordo para receber recursos da Prefeitura e do Governo Estadual, será possível continuar prestando o serviço. “A situação não foi totalmente resolvida, mas amenizou.
O município está repassando seis parcelas de R$ 50 mil e o estado está repassando R$ 500 mil também parcelado. Nós queremos trabalhar e estou muito confiante que nós vamos superar este desafio”, explicou o presidente José Tadeu Silva.
Para regularizar a situação junto ao município, o Conselho Municipal de Saúde está elaborando uma resolução para que as instituições filantrópicas repassem uma prestação de contas. “Nós passaremos a solicitar documentos que provem a regularidade de todas as entidades que prestam serviço de saúde. Com essa regularidade vamos pedir o plano de ação, mostrando qual é a proposta do recurso que será recebido e a prestação de contas do recurso recebido no ano anterior”, ressaltou o presidente do Conselho, Elias Pedro Vieira.