A presidenta Dilma Rousseff deu posse na manhã do última sábado, 16, no Palácio do Planalto, ao novo ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias.
O novo ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, disse que vai assumir a pasta com a tarefa de melhorar o atendimento ao cidadão que procura os serviços do ministério. A orientação da presidenta, segundo Dias, é melhorar o atendimento na ponta, nos municípios. “Aqui [em Brasília ] tem gabinetes, palácios, mas lá no interior do país, nos municípios, é onde estão situados os escritórios, as agências do Ministério do Trabalho. São os locais onde os trabalhadores vão buscar os seus direitos, fazer as suas carteiras de Trabalho, enfim, têm que ser um órgão moderno, informatizado, confortável”, disse. “Nós vamos fazer um grande plano de transformar essa ponta do ministério em um órgão de referência”, ressaltou.
Dias vai substituir o também pedetista Brizola Neto, que estava no Ministério do Trabalho há menos de um ano, desde maio de 2012. Com a mudança, a pasta volta a ser liderada pelo grupo do PDT ligado ao ex-ministro e presidente da legenda, Carlos Lupi, que deixou o governo em 2011 após denúncias de corrupção. O novo ministro, que é secretário geral do PDT, disse que sua tarefa no partido “é carregar pedras” e que vai trabalhar para “harmonizar” a legenda.
Além da melhora no atendimento ao público, Manoel Dias, pretende dar continuidade à “mágica” de manter o crescimento do nível de emprego mesmo diante da desaceleração da economia. “É uma mágica, mas que está gerando emprego. Estamos hoje com um crescimento motivado não só pela indústria brasileira, mas também serviços, construção civil”, disse. Na avaliação do ministro, apesar do baixo crescimento da economia, o governo tem conseguido atender as demandas populares e resgatar a cidadania de milhões de brasileiros. “Minha meta é cumprir com o plano do governo federal, da presidenta Dilma. O Ministério do Trabalho tem um papel importante nesse projeto. No sentido de qualificar melhor os trabalhadores, de melhorar o atendimento”, declarou.
De acordo com a presidente Dilma, Manoel Dias tem capacidade para realizar um grande trabalho no Ministério do Trabalho e Emprego. Ela lembrou que o conhece há mais de 30 anos. A presidenta destacou também o comprometimento do novo ministro com os direitos dos trabalhadores e chamou a atenção para a necessidade do MTE se modernizar. “O Ministério do Trabalho tem que cada vez mais se modernizar para atender todos esses desafios”, afirmou.
Perfil
Manoel Dias tem 74 anos, é advogado e fundador do PDT junto com Leonel Brizola – de quem foi secretário por mais de 30 anos. Atualmente, ocupa a função de secretário geral do partido. Natural de Içara (SC), mas registrado em Criciúma, na década de 60, foi líder estudantil e presidente da União Catarinense de Estudantes (UCE). Eleito vereador em 1962 pelo antigo PTB, foi preso político e teve o seu mandato cassado pelo golpe militar de 1964. Em 1967 disputou novo mandato, desta vez de deputado estadual – elegeu-se – mas foi novamente cassado. Desta vez com base no Ato Institucional Número 5, perdendo também os seus direitos políticos por 10 anos.
Graduado em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Manoel Dias tornou-se por concurso promotor público-adjunto e, posteriormente, auditor fiscal da Receita Federal. Voltando a militância política, mais tarde foi nomeado secretário de Ação Social do município de Criciúma. Em 1979, convidado por Leonel Brizola, ajudou inicialmente na refundação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) em Florianópolis, trabalhando ao lado do também catarinense Doutel de Andrade e outros líderes do Trabalhismo. Com a perda da sigla, ajudou a fundar o Partido Democrático Trabalhista (PDT).
Articulador e interlocutor de Brizola, foi um dos coordenadores da campanha do pedetista à Presidência da República, de 1989. Antes, integrara o comitê suprapartidário das “Diretas Já!” e fora um dos homens de confiança de Brizola na direção do Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj), posteriormente privatizado. Manoel Dias é um dos principais líderes do PDT nacional atualmente, ocupando a Secretaria Geral do partido e também a presidência da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini, de estudos políticos. Nesta condição integrou o Conselho Político da campanha de Dilma Roussef à presidência da República, em nome do PDT.