João Domingos Gomes dos Santos, presidente da CSPB
Nesta terça-feira (19/05) a Confederação dos Servidores Públicos do Brasil – CSPB foi protagonista, em conjunto com a Confederação Latinoamericana de Trabalhadores Estatais – CLATE e a Internacional de Serviços Públicos – ISP, de Live Internacional (saiba mais) que debateu a construção de alternativas pós pandemia para o enfrentamento dos impactos econômicos, sociais e sanitários resultantes do coronavírus. O evento virtual foi transmitido, simultaneamente, às entidades que integram a malhar orgânica da CLATE e ISP, especialmente as pelas representações sindicais latino-americanas.
Síntese das discussões
Os participantes chegaram ao consenso de que pandemia acirrou a disputa entre o estado e o mercado, evidenciando a incapacidade do setor privado de apresentar alternativas viáveis ao enfrentamento da pandemia. Sugestões como a taxação de empresas transnacionais; reestatização; preservação das cadeias alimentares do mundo; quebra de patentes de medicamentos; pacto nacional pelo desenvolvimento com participação das organizações sociais e sindicais; repatriação de recursos identificados em paraísos fiscais; estiveram no centro das discussões.
O importante serviço prestado pelos trabalhadores do setor público ganhou destaque nos debates. As lideranças sindicais estão conscientes de que pandemia evidenciou, sobretudo, a imprescindível atividade dos profissionais estão na linha de frente do combate à pandemia. No entanto – sem o mesmo reconhecimento social dado o isolamento e invisibilidade de suas ações – o teletrabalho, atividade indispensável ao funcionamento da máquina pública, está resultando em sobrecarga de atividades aos profissionais demandados. Os gestores e empresários seguem desrespeitando períodos de descanso, além de não ofertar ambiente apropriado à atividade laboral. Os sindicalistas defendem que, dadas as circunstâncias, o teletrabalho deveria ser, em casos específicos, voluntário.
Os debatedores estão convencidos de que o futuro pós pandemia está em disputa. De acordo com os líderes sindicais, uma nova ordem social está surgindo e, conforme observado historicamente, o capitalismo, quando se reinventa sobre seus próprios termos, tende a agravar as mazelas sociais em favor da concentração de renda e do lucro abusivo, descompromissado com a sustentabilidade. “Convoco nossas parceiras internacionais, CLATE e ISP, para intervir nessa agenda e virarem protagonistas desse novo futuro em disputa. Precisamos interferir nesse momento de construção do novo mundo, com desenvolvimento sustentável e justiça social, que nos guiará a todos”, sugeriu o presidente da CSPB, João Domingos Gomes dos Santos. “Não haverá nenhuma solução efetiva para nossas mazelas sem mudar o modelo de Estado. A saída é aproveitar essa oportunidade ímpar para disputarmos um novo modelo de organização da sociedade. O Estado Democrático Social de Direito, o modelo que sugerimos, coloca a humanidade no centro das prioridades, respeitando os limites da sustentabilidade ambiental e potencializando promoção de uma sociedade efetivamente comprometida com o bem-estar social, concluiu o líder sindical.
Assista a íntegra da Live Internacional:
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Secom/CSPB com Sindicatos Online