PDT cobrava nomeação desde a saída de Carlos Lupi, no fim de 2011.
A Presidência da República oficializou nesta quarta-feira (2) a nomeação do deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ) como o novo ministro do Trabalho. O decreto foi publicado no “Diário Oficial da União”. O anúncio foi feito na véspera do Dia do Trabalho, 1º de maio. A posse deve ocorrer nesta quinta-feira (3). Nesta terça (1º), o novo ministro disse que sua primeira tarefa será buscar o consenso no PDT, rachado na indicação. “[Minha primeira tarefa] Será buscar reafirmar a unidade do partido e o apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff”, afirmou, durante evento em comemoração ao Dia do Trabalho em São Paulo. Ele minimizou ainda as insatisfações do partido. “Em qualquer partido é normal que haja escolhas e preferências pessoais”, avaliou.
O nome, que era o preferido da presidente Dilma Rousseff para o cargo, foi definido após reunião de Dilma com o presidente do PDT, Carlos Lupi (PDT-RJ), que comandou a pasta por mais de quatro anos e deixou o cargo em dezembro do ano passado, após uma série de denúncias de corrupção na pasta. Desde então, o secretário-executivo da pasta Paulo Roberto Pinto estava interinamente no comando do ministério.
Em nota, a presidente Dilma “manifestou confiança” de que Brizola Neto “prestará grande contribuição ao país”. “A presidenta agradeceu a importante colaboração do ex-ministro Carlos Lupi, que esteve à frente do Ministério no primeiro ano de seu governo, e do ministro interino Paulo Roberto dos Santos Pinto na consolidação das conquistas obtidas pelos trabalhadores brasileiros nos últimos anos”, diz a nota.
‘PDT não está rachado’ diz Paulinho da Força sobre indicação de DilmaBrizola Neto será ministro mais jovem da equipe de Dilma. As mudanças no ministério de DilmaBrizola Neto será o ministro mais jovem da equipe da presidente Dilma. Ele tem apenas 33 anos e é neto do fundador do PDT e ex-governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, que morreu em 2004.
Saída de Lupi
Em dezembro do ano passado, Lupi encerrou no Trabalho uma trajetória que teve início em março de 2007, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por indicação do PDT, permaneceu no cargo no começo do governo Dilma Rousseff, em 2011.
Ao deixar o cargo, Lupi disse que sofreu “perseguição política e pessoal da mídia”. As denúncias contra o ministro Lupi começaram no começo de novembro do ano passado, quando surgiu a informação de que haveria um esquema de cobrança de propina de ONGs contratadas para capacitar trabalhadores.
Em 12 de novembro, reportagem da revista “Veja” informou que ele havia utilizado um avião alugado por um empresário dono de ONG, que, por sua vez, tem contratos com o Ministério do Trabalho. Até hoje, ainda não foi esclarecido quem pagou pelo avião. Além disso, surgiu denúncia de que Lupi teria trabalhado, durante cinco anos, na Câmara Municipal do Rio e, ao mesmo tempo, como funcionário-fantasma na Câmara. A Procuradoria-Geral da República diz que acúmulo de cargos públicos, em tese, é crime.
Como ministro do Trabalho, Lupi tinha por costume dar declarações polêmicas. Após as denúncias, disse que só sairia do cargo “abatido à bala”, o que não foi bem recebido no Palácio do Planalto. No dia seguinte, se desculpou com a presidente Dilma Rousseff. “Presidente, desculpe se eu fui agressivo, não foi minha intenção, eu te amo”, declarou na ocasião.