Sindicalista Hely Aires alerta que se não houver revisão salarial acima de 15% até maio de 2015, o funcionalismo terá dificuldades em realizar compras de necessidade básica.
Falta de um de plano de carreira que atenda as necessidades da categoria; assédio moral; justificativas para não negociar a Data-Base; falta de um programa de segurança de trabalho; falta de valorização e reconhecimento; salários defasados em mais de 35% só nos últimos quatro anos; falta de reajuste do vale alimentação e do vale transporte. Esse é o retrato da situação do funcionalismo publico araxaense nesta terça-feira, 28, Dia do Servidor Público. Para o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Araxá e Região (Sinplalto), Hely Aires, o servidor público não tem o que comemorar e alerta para um 2015 como o pior ano das últimas duas décadas para a categoria. “Taxas de crescimento baixas e taxas de inflação altas. Se o poder de compra do brasileiro já é baixo, imagina do servidor público araxaense que está com o salário defasado em mais de 35% só nos últimos quatro anos”, alerta o sindicalista.
De acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) após se expandir 2,7% em 2011, a economia do país só cresceu 1% em 2012, e em 2013 se recuperou ligeiramente, com uma melhora de 2,3%. Mas a projeção dos economistas do mercado para 2014 é de um tímido crescimento, de 0,30%. Em relação à inflação, a projeção dos analistas é de que o Brasil termine o ano com uma alta dos preços de 6,30%, muito superior ao centro da meta do governo (4,50%) e quase no limite máximo tolerado pelo Banco Central (6,50%). A inflação em alta obrigou o Banco Central a elevar as taxas de juros aos seus maiores índices em quatro anos, e o encarecimento do crédito reduziu o consumo familiar, aumentou a desconfiança dos empresários e diminuiu os investimentos.
Segundo Hely Aires, se não houver revisão salarial até maio do próximo ano, o funcionalismo terá dificuldades em realizar suas compras de necessidade básica. “Em 2011 e 2012, o servidor público teve algumas conquistas, como por exemplo, a criação da Data-Base e o Abono Natalino. Temos que reconhecer isso. Mas nos últimos dois anos não tivemos qualquer avanço nas melhorias das condições de trabalho e, principalmente, a questão do reajuste salarial. Hoje, a situação do servidor público é extremamente preocupante. É questão social. Se não houver um aumento salarial até a próxima data-base, em maio de 2015, o servidor não conseguirá passar pela crise econômica que o país vive e que certamente será pior no próximo ano.”
Hely ressalta que o Sinplalto abre mão de qualquer outra negociação de melhoria das condições de trabalho para um reajuste salarial justo em 2015, desde que seja aprovada pela assembleia. “A nossa preocupação é com o poder de compra do servidor público. Nossa preocupação é se o servidor conseguirá realizar suas compras de necessidade básica do mês sem fazer dividas. O poder público, o prefeito, os vereadores, os secretários têm que lembrar que a grande maioria do quadro do funcionalismo público ganha menos R$ 1 mil por mês. Quem, atualmente, consegue criar uma família com R$ 800 reais? A questão é social. É para amenizar o problema, nós temos que pensar em um reajuste salarial acima de 15%. Se não houver um reajuste acima desse percentual, o servidor terá, mais uma vez, o salário achatado pelo reajuste anual do salário mínimo e pela inflação. Claro que o ideal é um plano de cargo e salário eficiente. Esse é o nosso maior sonho. Só que pelo momento econômico do país, com os preços subindo, um reajuste salarial imediato passa a ser a nossa grande prioridade”, ressalta o presidente do Sinplalto.