Em Araxá, um Projeto de Lei institui a Semana Municipal da Amamentação e o Incentivo ao Parto Normal e Humanizado
“Além dos benefícios do leite, o contato carinhoso entre a mamãe e o bebê é muito prazeroso”.
Nos primeiros meses de vida, a mãe se preocupa em garantir a melhor alimentação que uma criança pode ter. Boas mamadas, em intervalos de tempos programados, garantem a sensação de que ela está sendo bem alimentada. Mas, na medida em que o bebê vai crescendo, surge o medo de que o leite materno não seja o suficiente para garantir o seu sustento por completo.
A falta de informações sobre a importância do aleitamento materno é uma realidade comum em hospitais públicos e particulares. Atualmente, apenas 38% das crianças no mundo se alimentam exclusivamente de leite materno nos seis primeiros meses de vida, de acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). A intenção é que até 2025 esse número chegue a, pelo menos, 50%.
Benefícios do leite materno
Segundo o Ministério da Saúde qualquer criança pode, e deve, se alimentar apenas do leite materno nos seus seis primeiros meses de vida, não precisando comer ou beber mais nada – nem mesmo água ou chás, pois nele há tudo que o bebê necessita para estar nutrido, crescer e se desenvolver com saúde.
O leite materno é o único alimento que fornece nutrientes importantes para o desenvolvimento cerebral, que combate infecções, protege a criança contra bactérias e vírus, e evita diarreias. Ainda segundo o Ministério da Saúde, o recém-nascido alimentado apenas com o leite materno tende a ser recuperar de doenças com mais facilidade.
Não diversifique a dieta do bebê
Por acreditar que outros alimentos são mais práticos, nutritivos e benéficos para o bebê, muitas mães passam a dar leites industrializados, mingaus, cereais e papinhas industrializadas – itens considerados calóricos e que podem induzir o desenvolvimento de diabetes, alergias e obesidade infantil.
A OMS aconselha que apenas depois de passados os seis primeiros meses de vida sejam inseridos na alimentação da criança papinhas de frutas e de legumes – sem interromper a amamentação, que pode ser continuada até os dois anos de idade.
“O bebê que mama no peito desenvolve melhor o rosto, a boca, a mordida e principalmente o sistema respiratório”, afirma o pediatra Marcus Renato, especialista em amamentação e editor do www.aleitamento.com Fortalecendo o vínculo “Crianças pequenas precisam e sentem prazer em sugar, pois estão na fase oral. O contato com a pele da mãe e o mamar no peito são tranquilizantes e extremamente benéficos ao bebê”, explica Marcus Renato, que é contra o uso da mamadeira e da chupeta.
“Usar a mamadeira faz com que o bebê desaprenda a mamar no peito, o que diminui a produção de leite. Esqueça a história de que se tomar muita água, beber cerveja preta ou comer canjica produzirá mais leite, pois o que estimula a produção é a própria sucção do bebê. Tanto que boa parte do leite materno é produzida durante as mamadas”, esclarece o pediatra.
Benefícios à mulher
Além de fortalecer o vínculo entre a mãe e o bebê, a amamentação diminui os riscos de a mulher desenvolver anemia, osteoporose, doenças cardíacas, câncer de mama e de ovário, depressão e hemorragia pós-parto, além ser um ato prazeroso e que aumenta a autoestima.
Em Araxá O vereador Raphael Rios (Solidaridade) propôs um Projeto de Lei que institui a Semana Municipal da Amamentação e o Incentivo ao Parto Normal e Humanizado em Araxá.
A proposta objetiva, anualmente entre os dias 1° e 7 de agosto, a promoção e proteção à amamentação, à prática do aleitamento materno até 2 (dois) anos de idade e à adoção do leite materno, ao estímulo ao parto normal, proporcionando menos riscos para mães e crianças, além da humanização no atendimento às gestantes desde o período pré-natal ao nascimento, por meio da realização de palestras, seminários, debates e divulgações de cunho informativo, em parceria com órgãos públicos e privados.
Em sua justificativa, Raphael Rios revelou que 78% dos partos realizados em Araxá em 2016 foram cesáreas, incluindo as redes pública e particular – dados da Secretaria Municipal de Saúde -, sendo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenta que o número de cesáreas não ultrapasse 15%, número bem longe da nossa realidade.
Ascom/Sinplalto