De acordo com Barbosa, o abono salarial tem crescido bastante e algumas regras podem ser ajustadas até para ter espaço para aumentar o salário mínimo
O ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa disse na última semana em evento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo, que há programas do governo federal que precisam de ajustes, como o abono salarial e o seguro-desemprego. De acordo com Barbosa, o abono salarial tem crescido bastante e algumas regras podem ser ajustadas até para ter espaço para aumentar o salário mínimo.
“Hoje, o abono é pago, integralmente, independente se a pessoa trabalhou um mês ou 12 meses. Se torná-lo proporcional, já vai gerar uma economia substancial”, disse, sem falar em números. Outra questão a ser resolvida, de acordo com Barbosa, é se o abono deve ser pago a quem ganha dois mínimos, como é hoje, ou para um salário e meio.
“Esse programa foi criado pela Constituição de 1988, quando não tínhamos Bolsa Família nem todos os programas de transferência de renda que temos hoje”, afirmou. Quanto ao seguro-desemprego, Barbosa disse que boa parte do crescimento tem a ver com o maior grau de formalização do trabalho e aumento do salário mínimo.
“Um indexa as despesas e outro, o público-alvo”, disse. Porém, disse, antes de reformar, é preciso entender melhor o processo. É preciso, de acordo com ele, fazer um levantamento para ver o tamanho do desembolso por região, idade e tipo de trabalhador.
“O Ministério do Trabalho está trabalhando para fazer isso e aí teremos uma ideia se há alguma distorção e onde” afirmou. Ele disse não ter informações para dizer se a questão do seguro-desemprego hoje é de desvio ou maior formalização.