Presidente Hely Aires diz que categoria está indignada com as atitudes tomadas pelo prefeito Jeová Moreira da Costa
A falta de um acordo entre os servidores da Secretária Municipal de Saúde e a Prefeitura de Araxá pode acarretar uma greve da categoria. De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Araxá e Região (Sinplalto), Hely Aires, os servidores estão indignados com as atitudes tomadas pelo prefeito Jeová Moreira da Costa e cogitam a possibilidade de uma paralisação. A categoria exige que a proposta de lei 36/12, que propõe a alteração do piso salarial dos dentistas da rede pública municipal de R$ 900 para R$ 1.866 (três salários mínimos), seja estendida para todo o quadro de funcionários da rede publica municipal de saúde – 161 concursados e outros 116 contratados.
Na última sexta-feira, 9, a comissão de servidores da Secretaria Municipal de Saúde, criada para elaborar uma proposta única da categoria, se reuniu com o prefeito Jeová Moreira da Costa. No encontro foi debatido mais uma vez o reajuste salarial, plano de cargos e salários e adicional de produtividade da categoria, reivindicação que acontece desde o início do atual governo. A proposta inicial da comissão correspondia a 100% de reajuste – 3 salários mínimos por 8 horas diárias de trabalho para nível técnico ou por 4 horas diárias para nível superior. A sugestão foi negada pelo prefeito que rejeitou qualquer tipo de negociação.
De acordo com o presidente do Sinplalto, o pedido de vista do projeto lei 36/12 feito pela vereadora Edna Castro proporcionou um prazo para a última tentativa de negociação dos servidores. “A categoria está cansada de ser iludida por falsas promessas. O servidor está sendo feito de bobo. Desde 2009 existe uma negociação entre a categoria e a administração municipal e até agora nada. O próprio prefeito sugeriu que fosse criada uma comissão para elaborar as propostas de reivindicações. Tudo foi feito como o prefeito sugeriu e quando definimos uma proposta final, o Executivo se negou a conceder qualquer benefício e, praticamente, negou qualquer tipo de negociação. A categoria está sendo enganada. Se o projeto de lei 36/12 for aprovado pela Câmara Municipal sem beneficiar todos os 277 profissionais da saúde, uma greve pode acontecer e o serviço público de saúde será gravemente afetado pela irresponsabilidade da administração municipal.”
Segundo Hely, vários servidores estão sofrendo assedio moral dentro da Secretaria municipal de Saúde. “Temos conhecimento de várias situações onde chefe de setor ameaçam aqueles servidores que querem participar das manifestações. O Sinplalto está com sua assessoria jurídica preparada para entrar com ações judiciais para garantir o emprego daquele profissional vítima de assedio moral. Um movimento de greve vem ganhando força entre os servidores, mesmo com as frequentes ameaças. Tudo foi feito corretamente por parte dos servidores, mas chegou no limite. Uma hora está falta de respeito com a categoria tem que acabar. O prefeito Jeová fala em valorização da categoria, mas as atitudes tomadas por ele são contrarias ao discurso.”
Hely destaca que o serviço público de saúde já está prejudicado com a falta de acordo entre a Secretária Municipal de Saúde e a Prefeitura de Araxá. “Todo esse debate criado pela administração municipal tem dividido a categoria. O clima dentro dos postos de serviços de saúde é tenso e quem acaba sendo prejudicado é a população araxaense. Se não fosse o profissionalismo dos servidores e o amor pela função que exercem, a situação estaria bem pior. Estamos tentando todos os meios possíveis para chegar a um acordo. O trabalho do Sinplalto é ser um canal entre a categoria e poder público, mas quando não existe uma expectativa de apoio temos que recorrer aos meios democráticos de todo brasileiro, que é protesto, manifestações, paralisação e greve. Chega de brincar com a cara do servidor público”, ressalta.
O presidente do Sinplalto lembra que o município tem recursos suficientes para conceder aumento para toda a categoria de servidores público e não somente para profissionais da área da saúde. “Atualmente, o município gasta cerca de 38% do seu orçamento com a folha de pagamento dos servidores municipais. A lei de responsabilidade fiscal considera normal cerca de 51%. Acima disso, é considerado sinal vermelho, sendo o limite de gasto com a folha de 60% do orçamento. Ou seja, o município ainda tem, no mínimo, 13% do orçamento para conceder reajuste para a categoria e não onerar em nada o cofre público. São mais de R$ 25 milhões disponíveis, já que a previsão orçamentária do município é de R$ 225 milhões. Portanto, não aceitamos a justificativa do prefeito Jeová de que o aumento pesaria na receita. Além disso, não existe qualquer lei que proíbe ajustes no orçamento em março. Pelo calendário eleitoral de 2012, esse tipo de proposta pode ser sancionada até o dia 7 de abril próximo. Então, todas as justificativas dadas pela administração municipal não passam de inverdades.”