Palestra que inaugurou os temas temáticos no evento teve como foco o Assedio Moral no serviço público.
Foi dada a largada para o 9º Congresso da Federação Interestadual dos Servidores Públicos Municipais e Estaduais (FESEMPPRE). Cerca de 500 lideranças sindicais das mais diversas regiões do país participam do evento no SESC Contagem em Minas Gerais. Na programação, palestras, sorteio de brindes, atividades culturais e a recomposição da diretoria para o próximo triênio.
A FESEMPRE completa 23 anos de lutas em favor dos servidores públicos. Uma extensa trajetória que passou por altos e baixos, mas que, a partir do ano de 2006, se reestruturou e ganhou terreno. A FESEMRE, neste ano de 2013, se consolida como a maior federação de servidores públicos do Brasil com mais de 100 entidades sindicais filiadas.
O presidente da FESEMPRE, Aldo Liberato, alega que o sucesso da entidade “se deve à abertura de gestão que permite uma melhor participação de suas lideranças. Hoje não existe um único presidente, todos são presidentes, todos somos diretores e através dessa gestão aberta, cada um conhece o desafio do outro, essa ligação do Norte com o Sul, do Leste com o Oeste, o sofrimento de um sindicato é compartilhado com todos os demais que o ajudam a resolver. Isso fez a FESEMPRE se tornar uma das maiores federações da América Latina.
A entidade que no passado representava os servidores públicos municipais de Minas Gerais, hoje atua em 12 estados e agrega no seu quadro de filiados também os servidores estaduais. Estamos hoje no 9º Congresso, um evento que a cada ano, se observa um aumento expressivo na quantidade de participantes. Resultado, este, conquistado com muito trabalho e muita luta e que surgiu em consequência da, cada dia maior, representação e abrangência da nossa federação em âmbito nacional”, disse.
1ª Palestra
A abertura das palestras programadas para o evento ficou por conta da vereadora e diretora do SINDISPAL (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Almenara), Márcia Ferraz, que, dentre outras coisas, cobrou uma postura de respeito para com o servidor público. “O assédio moral é constante em todos os órgãos”, denunciou, introduzindo o assunto a ser abordado por Lessi. O palestrante, por sua vez, explanou primeiramente, de forma didática, um pouco da história do trabalho.
“No Império Romano, no mundo antigo, o trabalho era coisa de escravo. Temos, em seguida, um segundo momento do trabalho, quando, na Idade Média, o trabalho assume uma conotação religiosa, como toda a ordem social. Já não se falava mais em escravidão, mas servidão”, disse, recorrendo aos primórdios da organização social do trabalho.
No período moderno, com a chegada do burguês ao poder, o trabalho ganha conotação mais privilegiada. “Agora, fala-se em produzir riqueza, o trabalho enobrece e assume um papel central, de geração de capital. Molda-se o embrião do trabalho tal qual conhecemos”, colocou Lessi.
Assédio nasceu no serviço público
O atual período do capitalismo evoca o conceito de globalização, onde se formam novos contornos para o trabalho. Na política econômica neoliberal, fala-se em estado mínimo e privatização. Em tal contexto, onde o Poder Público garante, cada vez menos, o bem-estar social, o assédio sobre o servidor público ganha contornos mais precisos.
“Ser repreendido apenas uma vez não constitui assédio moral, embora isso fique gravado na memória daquele que foi esculhambado. O assédio é caracterizado pela repetição sistemática e, infelizmente, nasceu no serviço público”.
A declaração emblemática foi explicada com base na história. “No Império Romano, o Estado castigava o trabalhador que se negava ao labor com o tribálio, uma ferramenta de tortura”.